sábado, 1 de novembro de 2014



O PRESÉPIO


O dia 24 de Dezembro de 1223 é uma data fundamental. Dezasseis anos depois de Inocente III ter proibido a realização de dramas litúrgicos nas Igrejas, Francisco de Assis partiu para Greccio com o seu companheiro inseparável, o frei Leão, para conquistar o povo dessa região inóspita, e ali permaneceu por amor evangélico. Enquanto ali se encontrava, pediu a Honório III uma dispensa da proibição. Descobriu uma gruta nos bosques montanhosos, a poucos metros da sua cabana espartana, que lhe pareceu o sítio ideal para fazer reviver a Belém do Redentor. Foi nisto ajudado por Giovanni Vellita, o magnânimo senhor da região, que lhe forneceu a manjedoura, o feno e os animais. Na noite de Natal o som dos sinos convocaram todos habitantes de Greccio à gruta. Vieram a pé, montados em burros ou cavalos, tão ignorantes do que iriam ver como os primitivos pastores. Na gruta, entre os animais, o cardeal Ugolino, Conde de Segni, celebrou a missa perante a multidão silenciosa que ali se reunira. Francisco falou então aos fiéis. Dois anos mais tarde Francisco de Assis morreu, e durante esses anos o episódio não se repetiu. Embora possa ser exagerado considerar a noite de Greccio - mística e única - como a primeira noite do Presépio, é certamente legítimo considerá-la como o início do fenómeno extraordinário da difusão do culto da Natividade, um culto expresso através de representações. Os frades franciscanos imitaram o seu fundador nas igrejas e conventos abertos por toda a Europa. Foram os verdadeiros pioneiros do Presépio, antes dos dominicanos e dos jesuítas. Desde 1986 São Francisco de Assis é considerado o patrono universal do presépio. Nunca uma escolha foi mais unânime. A noite de Greccio depressa foi traduzida em cor e em poesia.

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